O par GBP/USD esteve mais ativo nos últimos dois dias do que o EUR/USD, embora sem movimentos particularmente expressivos. Na prática, observamos um novo impulso de alta apoiado por dados relativamente fracos do mercado de trabalho dos EUA, seguido por uma correção após a divulgação de um relatório de inflação do Reino Unido abaixo do esperado — e basicamente foi isso. Vale destacar que, no momento, os dados de inflação têm relevância limitada para o Banco Central Europeu, que conseguiu estabilizar a inflação em torno de 2%. Já para o Banco da Inglaterra e o Federal Reserve, esses dados seguem sendo extremamente importantes. O relatório de inflação dos EUA será divulgado hoje, enquanto o do Reino Unido saiu ontem — e é justamente nesses dois indicadores que o mercado está concentrado, sobretudo em função da reunião do Banco da Inglaterra marcada para hoje.
O relatório de inflação do Reino Unido mostrou uma desaceleração para 3,2%. Enquanto os dados de emprego não agrícola dos EUA ainda geram leituras ambíguas, a situação inflacionária britânica é relativamente clara: a inflação caiu pelo segundo mês consecutivo a um ritmo bastante significativo. Isso não significa, necessariamente, que continuará caindo pelos próximos meses, mas aumenta a probabilidade de um novo afrouxamento monetário por parte do Banco da Inglaterra já nesta reunião. A libra reagirá a esse evento? Acreditamos que, se houver reação, ela tende a ser limitada, já que o mercado está amplamente preparado para essa decisão. Muito mais relevante será a composição dos votos do Comitê de Política Monetária, em especial a proporção entre votos favoráveis ao corte e à manutenção da taxa. Vale lembrar que, em setembro e novembro, o dólar americano apresentou bom desempenho mesmo após dois cortes de juros pelo Fed. Por que, então, a libra necessariamente teria de cair hoje se a decisão já está, em grande parte, precificada?
Na nossa avaliação, a tendência geral e os fatores globais, que permanecem inalterados, têm peso maior. O Fed já cortou a taxa básica três vezes, sendo que duas dessas decisões ainda não foram totalmente absorvidas pelos preços de mercado. A libra vem recuando há vários meses sem fundamentos realmente convincentes. Por isso, entendemos que a tendência global de alta não foi invalidada e que sua base fundamental segue intacta. Assim, continuamos esperando um avanço adicional da moeda britânica, não porque ela seja particularmente atrativa ou porque a economia do Reino Unido esteja livre de problemas, mas porque o cenário nos Estados Unidos continua bastante negativo.
Por fim, chamamos atenção especial para o relatório de inflação dos EUA. Caso os dados de hoje indiquem desaceleração ou um resultado abaixo da previsão (3%), o dólar pode retomar sua trajetória de queda, já que o Fed teria ainda mais argumentos para promover um quarto corte consecutivo de juros na reunião de 28 de janeiro. O mercado de trabalho, mesmo que tenha deixado de se deteriorar, está longe de mostrar a força necessária, enquanto a inflação — ao menos em tese — segue arrefecendo. Nesse contexto, parece que Donald Trump não estava totalmente equivocado ao pressionar por cortes na taxa básica. De modo geral, os desdobramentos de hoje e amanhã podem surpreender muitos traders. Esta semana tem sido particularmente volátil, e o principal objetivo, neste momento, é evitar perdas significativas.

A volatilidade média do par GBP/USD nos últimos cinco dias de negociação, até 18 de dezembro, foi de 77 pips, um valor considerado moderado para o par libra/dólar. Para quinta-feira, 18 de dezembro, a expectativa é de que o par opere dentro de um intervalo delimitado por 1.3308 e 1.3464. O canal superior de regressão linear está inclinado para baixo, o que indica uma correção técnica em prazos mais altos, e não uma mudança estrutural de tendência. O indicador CCI entrou em território de sobrecompra seis vezes nos últimos meses e formou diversas divergências de alta, sinalizando repetidamente a possibilidade de retomada do movimento ascendente. Na semana passada, o CCI voltou a formar uma divergência de alta. No entanto, o período também terminou com duas entradas em zona de sobrecompra e duas divergências de baixa, reforçando a leitura de que o mercado passa por um ajuste técnico. Conclusão: o movimento atual deve ser interpretado como uma correção dentro de uma tendência de alta predominante.
Níveis de suporte próximos:
- S1 – 1.3367
- S2 – 1.3306
- S3 – 1.3245
Níveis de resistência próximos:
- R1 – 1.3428
- R2 – 1.3489
- R3 – 1.3550
Recomendações de negociações:
O par GBP/USD tenta retomar sua tendência de alta para 2025, e as perspectivas de longo prazo permanecem inalteradas. As políticas de Donald Trump continuam a pressionar o dólar americano, de modo que não esperamos uma valorização sustentada da moeda dos EUA. Assim, posições de compras seguem relevantes no curto prazo, com alvos em 1.3489 e 1.3550, enquanto o preço permanecer acima da média móvel. Caso o preço fique abaixo da média móvel, podem ser consideradas posições de vendas, com alvos em 1.3306 e 1.3245, com base exclusivamente em critérios técnicos. O dólar apresenta correções pontuais em escala global, mas, para que uma tendência de alta se consolide, seriam necessários sinais claros de encerramento da guerra comercial ou a emergência de outros fatores globais positivos.
Explicações para as ilustrações:
- Os níveis de preço de suporte e resistência são marcados por linhas vermelhas grossas, onde o movimento pode terminar. Eles não são fontes de sinais de negociação.
- As linhas Kijun-sen e Senkou Span B são linhas do indicador Ichimoku transferidas do intervalo de tempo de 4 horas para o intervalo gráfico horário. São linhas significativas.
- Os níveis extremos são marcados por linhas vermelhas finas, onde o preço rebateu anteriormente. São fontes de sinais de negociação.
- As linhas amarelas representam linhas de tendência, canais de tendência e quaisquer outros padrões técnicos.
- O indicador 1 nos gráficos COT mostra o tamanho da posição líquida de cada categoria de negociadores.